Conheci
Houdou em 2008 num chat evangélico, como disse em postagem anterior. Eu tinha
posto na minha mensagem de apresentação que "queria conhecer homens de
Deus". Minha intenção, claro, era de conhecer homens no sentido bíblico da
palavra, mas, surgiu aquela interrogação na cabeça de Houdou: _ Você só quer
conhecer 'homens' de Deus?_Claro que não, quero conhecer homens e mulheres,
pessoas que amem a palavra de Deus! Senti um "Ufa!" saindo da tela do
computador, depois dessa resposta.
Nesse dia,
falamos de "tout et de rien" (que horas são aí? como uma brasileira
fala francês, a língua do Brasil é português, não? Faz frio ou calor?...) e, ao
final da nossa conversa, ele pediu meu endereço msn. Relutei. Não queria mais
um homem adicionado aos meus contatos, pois alguns já estavam me fazendo perder
a paciência. Falei que meu msn estava com problemas e dei meu endereço gmail
como prêmio de consolação (que horrível! Mas, foi a sensação que tive. Achei
que já era demais da conta). Ah, acabei de lembrar que ainda não contei o
melhor da história. Não nos apresentamos oficialmente. Não sabíamos o nome um
do outro, apenas os pseudônimos utilizados no site. O que foi essencial para a
concretização da nossa relação.
Antes de
conhecer Houdou, eu tinha conhecido um canadense, africano de origem (acho que
meu pezinho já estava na África). Estávamos conversando e percebemos que
tínhamos muita afinidade. Por outro lado, Houdou começou a me escrever...(Vou
ter que fazer uma pausa aqui e me ater especialmente a este ponto que explica o
título desta postagem).
O essencial
é invisível aos olhos
2007 e 2008
foram anos muito conturbados pra mim e pra minha família. Atravessamos momentos
muito difíceis. Existem anos assim. Você só espera que eles acabem depressa pra
ver se a situação vai mudar. Foi em meio a essas crises que Houdou começou a me
escrever. Eu nem lembrava do pseudônimo que ele havia utilizado no site e como
ele sempre assinava (SEFANDE) seu sobrenome, e aprendemos na aula de francês
que nomes femininos terminam com "E", não hesitei. Chamei mamãe e disse:
_ Mamãe,
vem ver que mensagem linda que recebi de uma amiga!
Quando
terminei de traduzir a mensagem pra ela, estávamos as duas chorando.
Cada vez
que recebia uma mensagem "da minha amiga", meu coração se enchia de
esperança. Essas mensagens nunca voltavam vazias. Elas sempre produziam efeito
em mim e, consequentemente, naqueles para quem eu as lia. Apenas alguém que
conhece Deus de perto poderia ter tanta sensibilidade para dizer coisas tão profundas
e mudar as lágrimas de alguém em sorriso.
Aquela
amiga me escreveu durante alguns meses, antes que eu respondesse a um de seus
e-mails. Não sei o porquê da minha demora, talvez, fosse pelo estado de
contemplação em que me encontrava. Como alguém que nunca me viu e que estava
tão longe poderia entender tão bem o que eu estava sentindo, se eu nunca tinha
falado da minha vida para essa pessoa? Muitos podem chamar de coincidência, de
telepatia, eu chamo isso de COMUNHÃO. Só posso explicar tal fato com argumentos
subjacentes à minha fé. O mesmo Espírito habita em nós dois e, simplesmente,
esse Espírito me consolava, através das palavras dessa pessoa querida.
No primeiro
dia do ano de 2009, recebi outra mensagem muito especial, que me tocou como
todas as outras, mas, dessa vez, minha atitude foi diferente. Resolvi escrever
agradecendo pelas palavras de conforto que havia recebido no decorrer do ano
que tinha acabado. Minhas palavras foram, mais ou menos, estas:
Minha
querida,
Obrigada
pelas palavras que você me deu em 2008. Deus te usou grandemente e já começou a te utilizar em 2009...
Ao ler minha resposta, ele percebeu a confusão que eu havia feito e escreveu uma linda mensagem me agradecendo por tudo e ao final assinou: seu irmão em Cristo, Houdou. Foi tão sutil, tão doce, tão diferente do que eu esperava... Desfiz-me em desculpas pela confusão e tudo mais. Ele entendeu.Não é de surpreender que, alguns dias depois, ao nos encontrarmos novamente no chat, eu tenha dado pra ele meu endereço msn.
Ao ler minha resposta, ele percebeu a confusão que eu havia feito e escreveu uma linda mensagem me agradecendo por tudo e ao final assinou: seu irmão em Cristo, Houdou. Foi tão sutil, tão doce, tão diferente do que eu esperava... Desfiz-me em desculpas pela confusão e tudo mais. Ele entendeu.Não é de surpreender que, alguns dias depois, ao nos encontrarmos novamente no chat, eu tenha dado pra ele meu endereço msn.
Eu já
conhecia aquela alma. De alguém que era capaz de escrever coisas tão doces não
poderia sair algo vergonhoso, nem violento, que me fizesse arrepender-me de
estar em contato com essa pessoa. Não importava mais se era homem ou mulher,
branco ou negro, rico ou pobre, bonito ou feio...O essencial eu já conhecia e
era esse essencial que me fazia apegar-me cada vez mais a ele e esquecer
enfim o canadense do início da história.
Quando
buscamos o que é efêmero, não conseguimos solidificar nossos relacionamentos.
Porém, quando percebemos além do exterior, quando temos a sensibilidade de
entender a alma do outro, podemos estar certos de que essa pessoa não é mais um
número na nossa lista de contatos. É alguém que veio pra ficar em nossas vidas
e pra mudar algo que existe em nós, buscando sempre o nosso crescimento.
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